
Uma vontade que me consome, é como se eu precisasse fugir, então eu saio e começo a andar, não importa a direção, eu sinto como se precisasse andar sem parar, sem direção, mas eu sempre paro, volto, sempre vou a alguma direção conhecida, a algum lugar que fique por perto. É como se eu quisesse fugir dos meus problemas, mas eu não consigo e no fundo eu talvez nem tenha problemas, só sei que o que quer que eu tenha me incomoda e é por isso que eu tento fugir, só que não consigo, o que eu tenho me acompanha a cada passo que eu dou. Eu acho que é apenas alguma necessidade de parar de ouvir aquilo que ouço, aquela conversa que me incomoda, aqueles argumentos que eu sei como rebater, mas não posso ou não quero porque prefiro evitar uma briga, algo ainda maior do qual eu teria de fugir.
Andar me faz pensar e repensar o que estiver me incomodando, as vezes nem tem nada, mas aquela vontade de sair para andar me consome e eu não consigo fazer nada até começar a caminhar, então eu fico aliviada e até melhor. Penso eu para e sentar em qualquer lugar, apenas ficar ali pensando, como eu fazia na Praia, no Meu Canto Da Praia, mas aqui em São Paulo não há Praia, não há Canto distante, há Canto próximo, mas nem sempre é o que eu procuro e não é tão confortável quanto o Canto Da Praia. Eu saio para andar e nem sei por que, para pensar, mas não sei sobre o que,, é como quando eu quero escrever e paro em frente ao computador, mas não sei o que digitar, outras vezes as frases saem prontas, rapidamente e involuntariamente.
Talvez em meio a essa bagunça da vida paulista escrever, pensar e fugir seja a única maneira de me manter sã.